sexta-feira, 25 de novembro de 2016

São Francisco de Assis e o Natal


assSão Francisco de Assis

São Francisco e o Natal


 

 O primeiro Presépio ao vivo foi feito por São Francisco de Assis na noite de Natal de 1223, num monte junto da aldeia de Greccio, em Itália. O seu amigo João, dono da herdade, emprestou um boi e um jumento; o povo acorreu com archotes; Francisco, diácono, proclamou e explicou o Evangelho. Dizem os Biógrafos que, ao pronunciar o nome de Jesus, o Santo passava a língua pelos lábios como que a saborear mel; ao dizer Belém, a sua voz balia como a de um cordeiro; e quando pegou no Menino ao colo, a imagem de Jesus, em barro, animou-se e sorriu-lhe. O futuro Museu do Presépio também incluirá postais de quadros com São Francisco integrado na representação do Presépio.

Nesta página queremos apenas transcrever alguns dos textos das Fontes Franciscanas sobre como Francisco de Assis vivia o Natal e como desejava que ele fosse vivido pelos seus Irmãos.

 A devoção de Francisco pelo Natal do Senhor e como desejou

que nesse dia todos os pobres fossem socorridos

Mais do que nenhuma outra festividade, celebrava com inefável alegria o nascimento do Menino Jesus e chamava festa das festas ao dia em que Deus, feito menino, se amamentava como todos os filhos dos homens. Beijava mentalmente, com esfomeada avidez, as imagens do Menino que o espírito lhe construía, e, d'Ele entranhadamente compadecido, balbuciava palavras de ternura, à maneira das crianças. E o seu nome era para ele como um favo de mel na boca (1).

 

Um dia, estando os irmãos a discutir se poderiam ou não comer carne, dado que o Natal, esse ano, caía à sexta-feira, respondeu Francisco a frei Morico: «Irmão, é um pecado chamar dia de Vénus (2) ao dia em que nasceu para nós o Menino. Desejaria - acrescentou - que em semelhante dia até as paredes comessem carne, mas, como não é possível, sejam ao menos untadas com gordura».

 

Queria que nesse dia os ricos dessem comida abundante aos pobres e famintos, e que os bois e jumentos tivessem mais penso que o habitual. «Se eu falasse com o Imperador - dizia -, pedir-lhe-ia que promulgasse um édito geral para que todos os que pudessem fossem obrigados a espalhar trigo e outros cereais pelos caminhos, para que, em tão grande solenidade, as avezinhas, sobretudo as irmãs cotovias, comessem com abundância». Não conseguia reprimir as lágrimas ao pensar na extrema pobreza que padeceu nesse dia a Virgem Senhora pobrezinha (3). Uma vez, estando sentado à mesa a comer, e tendo um irmão recordado a pobreza da bem-aventurada Virgem e de seu Filho, imediatamente se levantou a chorar e a soluçar, e, com o rosto banhado em lágrimas, comeu o resto do pão sobre a terra nua.

 

Por isso chamava à pobreza virtude real, pois refulge com tanto esplendor no Rei como na Rainha. E como os irmãos lhe tivessem perguntado um dia, em Capítulo, que virtude tornaria alguém mais amigo de Cristo, respondeu como quem confia um segredo do coração: «Sabei, irmãos, que a pobreza é um caminho privilegiado para a salvação. As suas vantagens são inumeráveis, mas muito poucos as conhecem».

Tomás de Celano - Vida Segunda (2 C 199-200)

(3) Literalmente: a querida Virgem pobrezinha. Para o Poverello, Nossa Senhora era a Poverella, o que dá à sua devoção um colorido bem original.

Natal: tempo de dar com generosidade do que lhe pertence, não só aos pobres, como também aos animais e aves do céu

Nós, que estivemos com o bem-aventurado Francisco, e estamos a redigir estas memórias, damos testemunho de que, muitas vezes lhe ouvimos dizer: «Se eu puder falar ao Imperador, suplicar-lhe-ei que, por amor de Deus atenda o meu pedido para que publique um édito em que seja proibido apanhar as irmãs cotovias, ou fazer-lhes qualquer mal. Do mesmo modo, quero que todos os governadores das cidades, os senhores dos castelos e vilas ordenem a seus súbditos que, em cada ano, pelo Natal, mandem pessoas espalhar trigo ou outros cereais pelos caminhos, para que as aves, e sobretudo as nossas irmãs cotovias, tenham que comer nesta grande solenidade. Gostava também, em homenagem ao Filho de Deus reclinado no presépio pela Virgem Maria, entre o boi e o burro, que toda a gente fosse obrigada a dar uma abonada ração de feno aos irmãos bois e aos irmãos burros, naquela santa noite. Enfim, no dia de Natal deviam todos os pobres saciarem-se à mesa dos ricos».

 

O bem-aventurado Francisco festejava com mais solenidade o Natal do que as outras festas do Senhor, porque, dizia, embora nas outras solenidades o Senhor tenha operado a nossa salvação, no dia em que Ele nasceu tivemos a certeza de que íamos ser salvos. Por isso, queria que no dia de Natal todos os cristãos exultassem no Senhor; por amor d'Aquele que se deu por nós, todo o homem devia dar com generosidade do que lhe pertence, não só aos pobres, como também aos animais e aves do céu.

 

Legenda Perusina (LP 110)

 

Como São Francisco queria persuadir o Imperador a publicar uma lei decretando que os homens, no dia de Natal do Senhor, alimentassem generosamente as aves, os bois, os burros e os pobres

Nós, que vivemos com São Francisco e escrevemos sobre estes acontecimentos, testemunhamos que muitas vezes o ouvimos dizer: «Se eu puder falar ao Imperador, suplicar-lhe-ei e tentarei convencê-lo a que, por amor de Deus, e de mim, publique uma lei especial, decretando que nenhum homem capture ou mate as nossas irmãs cotovias ou lhes faça algum mal. Igualmente, que todas as autoridades das cidades e das aldeias e os senhores dos castelos obriguem, em cada ano, no dia do Natal do Senhor, os homens a espalhar trigo e outros grãos pelos caminhos, para que as irmãs cotovias e mesmo outras aves tenham de comer em tal Solenidade. E, por respeito para com o Filho de Deus que nesta noite a Santíssima Virgem Maria colocou na manjedoura entre um boi e um burro, quem tiver destes animais deverá provê-los abundantemente da melhor forragem, nessa noite. Do mesmo modo, no dia de Natal, os ricos deveriam saciar os pobres com ricos e saborosos manjares».

Pois São Francisco tinha mais profunda veneração pelo Natal do Senhor do que por qualquer outra Solenidade e dizia: «Depois que o Senhor nasceu para nós, devemos assegurar a salvação». Por isso queria que nesse dia os cristãos se alegrassem no Senhor e que, por amor d'Aquele que se entregou por nós, todos provessem com largueza não somente os pobres mas também os animais e as aves.

 

Espelho de Perfeição (EPF 114)

O presépio preparado em Greccio na noite de Natal

A suprema aspiração de Francisco, o seu mais vivo desejo e mais elevado propósito era observar em tudo e sempre o Santo Evangelho (1) e seguir a doutrina e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo com suma aplicação da mente e fervor do coração. Reevocava as suas divinas palavras em meditação assídua e jamais deixava de ter presentes, em aprofundada contemplação, os passos da sua vida. Tinha tão vivas na memória a humildade da Incarnação e a caridade da Paixão, que lhe era difícil pensar noutra coisa.

Mui digno de piedosa e perene memória foi o que ele fez três anos antes da sua gloriosa morte, perto de Greccio, no dia da Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo (2). Vivia nessa comarca um homem, de nome João, de boa fama e melhor teor de vida, a quem o bem-aventurado Pai queria com singular afeição, pois sendo ele de nobre e honrada linhagem, desprezava a prosápia do sangue e aspirava unicamente à nobreza do espírito. Uns quinze dias antes do Natal, Francisco mandou-o chamar, como aliás amiúde fazia, e disse- -lhe: «Se queres que celebremos em Greccio o próximo Natal do Senhor, vai imediatamente e começa já a prepará-lo como vou dizer. É meu desejo celebrar a memória do Menino que nasceu em Belém de modo a poder contemplar com os meus próprios olhos o desconforto que então padeceu e o modo como foi reclinado no feno da mangedoura, entre o boi e o jumento». Ao ouvir isto o fiel e bondoso amigo, dali partiu apressadamente a fim de preparar no lugar designado tudo o que o Santo acabava de pedir.

E o dia chegou, festivo, jubiloso. Foram convocados irmãos dos vários conventos em redor. Homens e mulheres da região, coração em festa, prepararam, como puderam, círios e archotes para iluminarem aquela noite que viu aparecer no céu, rutilante, a Estrela que havia de iluminar todas as noites e todos os tempos. Por fim, chega Francisco. Vê que tudo está a postos e fica radiante. Lá estava a mangedoura com o feno e, junto dela, o boi e o jumento. Ali receberia honras a simplicidade, ali seria a vitória da pobreza, ali se aprenderia a lição melhor da humildade. Greccio seria a nova Belém.

A noite resplandecia como o dia, noite de encanto para homens e animais. Vem chegando gente. A renovação do mistério dá a todos motivos novos para rejubilarem. Erguem-se vozes na floresta e as rochas alcantiladas repercutem os hinos festivos. Os irmãos entoam os louvores do Senhor, e entre cânticos de júbilo fremente decorre toda a noite. O santo de Deus está de pé diante do presépio, desfeito em suspiros, trespassado de piedade, submerso em gozo inefável. Por fim, é celebrado o rito solene da Eucaristia sobre a mangedoura, e o sacerdote que a celebra sente uma consolação jamais experimentada.

Francisco reveste-se com os paramentos diaconais, pois era diácono (3) e, com voz sonora, canta o santo Evangelho. A sua voz potente e doce, límpida e bem timbrada, convida os presentes às mais altas alegrias. Pregando ao povo, tem palavras doces como o mel para evocar o nascimento do Rei pobre e a pequena cidade de Belém.

Por vezes, ao mencionar a Jesus Cristo, abrasado de amor, chama-lhe o «menino de Belém», e, ao dizer «Belém», era como se imitasse o balir duma ovelha e deixasse extravasar da boca toda a maviosidade da voz e toda a ternura do coração. Quando lhe chamava «menino de Belém» ou «Jesus», passava a língua pelos lábios, como para saborear e reter a doçura de tão abençoados nomes.

Entre as graças prodigalizadas pelo Senhor nesse lugar, conta-se a visão admirável com que foi favorecido certo homem de grande virtude (4). Pareceu-lhe ver, reclinado no presépio, um menino sem vida. Mas tanto que dele se abeirou o Santo, logo despertou, suavemente arrancado ao sono profundo. De resto, não deixava esta visão de ter um sentido real, já que, pelos méritos do Santo, o Menino Jesus ressuscitou no coração de muitos que o tinham esquecido e a sua imagem ficou indelevelmente impressa em suas memórias.

Terminada a solene vigília, todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria.

Tomás de Celano - Vida Primeira (1 C 84-86)

(           1) Observar o santo Evangelho é a definição dada pelo mesmo São Francisco da «Regra e vida dos irmãos menores» (1 R 1, 2; 2 R 1, 1)

(2) Portanto, na noite de 25 de Dezembro de 1223. Como nota São Boaventura (LM X, 7), Francisco tinha-se munido da autorização papal. Não era então muito frequente a celebração da Eucaristia em «altar portátil»

(3) Diz Bartolomeu de Pisa que Francisco não quis receber o sacerdócio por humildade. São Bento, que era diácono, exerceu grande influência sobre o Poverello. Cf. Bihl em AFH 17 (1924) pp. 445-47

(4) Segundo São Boaventura (LM X, 7), é o mesmo João

Como São Francisco resolveu celebrar o Natal com a maior solenidade possível para estimular a devoção da gente de Gréccio

Três anos antes da morte resolveu celebrar com a maior solenidade possível a festa do Nascimento do Menino Jesus, ao pé da povoação de Gréccio, a fim de estimular a devoção daquela gente. Mas para que um tal projecto não fosse tido por revolucionário, pediu para isso licença ao Sumo Pontífice, que lha concedeu (1). Mandou preparar uma mangedoira com palha, e trazer um boi e um burrito. Convocaram-se muitos Irmãos; vieram inúmeras pessoas; pela floresta ressoaram cânticos alegres...

Essa noite venerável revestiu-se de esplendor e solenidade, iluminada por uma infinidade de tochas a arder e ao som de cânticos harmoniosos. O homem de Deus estava de pé diante do presépio, cheio de piedade, banhado em lágrimas e irradiante de alegria. O altar dessa missa foi a mangedoira. Francisco, que era diácono, fez a proclamação do Evangelho. Em seguida dirigiu a palavra à assembléia, contando o nascimento do pobre Rei, a quem chamou, com ternura e devoção, o Menino de Belém. O Senhor João de Gréccio, cavaleiro muito virtuoso e digno de toda a confiança, que abandonara a carreira das armas por amor de Cristo e dedicava uma profunda amizade ao homem de Deus, afirmou que tinha visto um menino encantador a dormir na mangedoira, e que pareceu acordar quando São Francisco fez menção de pegar nele nos braços. É crível que se tenha dado esta aparição: há o testemunho não só da santidade do piedoso militar, como a veracidade do próprio acontecimento e a confirmação que lhe deram outros milagres ocorridos depois: o exemplo de Francisco correu mundo e ainda hoje consegue excitar à fé de Cristo muitos corações adormecidos; a palha dessa mangedoira, conservada pelo povo, serviu de remédio miraculoso para animais doentes e de preservativo para afastar muitas pestes. Assim glorificava Deus o seu servo, e mostrava, com milagres indesmentíveis, o poder da sua oração e da sua santidade.

São Boaventura - Legenda Maior (LM 10, 7)

(1) Os outros biógrafos não mencionam esta cautela de pedir autorização superior para a nova liturgia. Uma decretal de Inocêncio III datada de 1207 proibia os «ludi theatrales»

Como Santa Clara, estando gravemente enferma, foi levada milagrosamente da Cela à igreja de S. Francisco

Estando uma vez Santa Clara gravemente enferma, - tanto que não podia assistir ao ofício na igreja com as demais freiras, - e chegando a solenidade do Natal de Cristo, todas as religiosas foram a Matinas, sendo ela a única que ficou na cama, muito triste, por não poder ir com as outras, nem participar daquela espiritual consolação. Mas Jesus Cristo, seu esposo, não querendo que ela ficasse assim desconsolada, milagrosamente a fez transportar pelos Anjos à igreja de São Francisco, para que assistisse a todo o Ofício de Matinas e à Missa da meia-noite. E depois de ter recebido a santa Comunhão fez que fosse levada ao seu leito. Acabado o Ofício em São Damião voltaram as monjas para junto de Santa Clara, e lhe disseram:

- Ó nossa Madre, sóror Clara, que grande consolação a que recebemos, esta santa noite do Natal de Cristo! Prouvesse aos Céus que houvésseis assistido connosco!

E Santa Clara respondeu:

- Louvores e graças rendo a meu Senhor Jesus Cristo bendito, irmãs e filhas minhas muito amadas, porque a todas as solenidades desta santíssima noite, e maiores do que às que vós assistisses, assisti eu, com muita consolação da minha alma. Porque, por intercessão de meu padre São Francisco e por graça de Deus, estive presente na igreja de meu padre São Francisco, e com meus ouvidos corporais e mentais ouvi todo o canto e a música dos órgãos, e também recebi a santa Comunhão. E assim alegrai-vos e dai graças a Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Florinhas de São Francisco de Assis (Fl 35)

Como quando baixou do seu trono real (Sab 18, 15), a tomar carne  no seio da Virgem, cada dia o Filho de Deus desce do seio do Pai, sobre o altar, para as mãos do sacerdote.

Ora, também o Filho, enquanto é igual ao Pai, de ninguém pode ser visto senão do modo como se vê o Pai, senão, do mesmo modo, graças ao Espírito Santo. E, por conseguinte, todos os que viram em nosso Senhor Jesus Cristo a sua humanidade, e não viram nem creram, segundo o espírito divino, que ele era o verdadeiro Filho de Deus, tiveram sentença de reprovação. Do mesmo modo, também agora têm sentença de reprovação todos os que vêem o sacramento consagrado pelas palavras do Senhor, sobre o altar, por intermédio dos sacerdotes, mas não vêem nem crêem, segundo o espírito divino, que é de verdade o Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme o atesta o Altíssimo, que diz: - Isto é o meu Corpo e o Sangue da Nova Aliança, que será derramado por muitos (Mc 14, 22. 24). E ainda: - Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, tem a vida eterna (Jo 6, 55).

Portanto, o que tem o espírito do Senhor que habita nos seus fiéis, esse, sim, recebe o santíssimo Corpo e Sangue do Senhor. Os demais, que não partilham desse espírito e todavia presumem comungar, esses comem e bebem a sua condenação (1 Cor 11, 29).

 

Por isso, ó filhos dos homens, até quando haveis de ser de coração duro? (Sal 4, 3). Porque não reconheceis a verdade, e acreditais no Filho de Deus? (Jo 9, 35). Eis que ele se humilha cada dia, como quando baixou do seu trono real (Sab 18, 15), a tomar carne no seio da Virgem; cada dia vem até nós em aparências de humildade; cada dia desce do seio do Pai, sobre o altar, para as mãos do sacerdote. E assim como aos santos Apóstolos se mostrou em carne verdadeira, assim agora se mostra a nós no pão sacramentado. Os Apóstolos com a sua vista corporal viam apenas a sua carne; mas, contemplando-o com os olhos do espírito, acreditavam que ele era Deus. De igual modo, os nossos olhos de carne só vêem ali pão e vinho; mas saiba a nossa fé firmemente acreditar que ali está, vivo e verdadeiro, o seu santíssimo Corpo e Sangue.

E é desta forma que o Senhor está sempre com os que crêem nele, segundo ele mesmo prometeu: - Eis que estou convosco até à consumação dos séculos (Mt 28, 20).

São Francisco de Assis (Exortações 1,7-22)

Salmo 15


Glorificai a Deus, nosso auxílio; louvai o Senhor Deus, vivo e verdadeiro, com cânticos de alegria (Sal 42,6).

Porque o Senhor é o Altíssimo, o terrível, o grande rei de toda a terra (Sal 46, 3).

Porque o santíssimo Pai do céu, nosso Rei desde a eternidade, mandou lá do alto o seu dilecto Filho, e ele nasceu da bem-aventurada Virgem Santa Maria.

Ele me invocou: «Tu és meu Pai»; e eu farei dele o meu primogénito, acima dos reis da terra (Sal 88, 27-28).

E naquele dia o Senhor Deus mandou a sua misericórdia, e um cântico que encheu a noite (Sal 41, 9).

Eis o dia que o Senhor fez; exultemos e alegremo-nos com ele (Sal 117, 24).

Porque nos foi dado o santíssimo e dilecto Menino, e por nós (Is 9, 5) nasceu durante uma viagem e foi deitado num presépio, por não haver lugar para ele na estalagem (Lc 2,7).

Glória ao Senhor Deus no mais alto dos céus, e na terra paz aos homens de boa vontade (Lc 2, 14).

Alegrem-se os céus, exulte a terra, rumoreje o mar e quanto ele encerra; regozijem-se os campos e tudo o que neles existe (Sal 95, 11-12).

Cantai-lhe um cântico novo; gentes todas da terra, cantai ao Senhor (Sal 95, 1).

Porque o Senhor é grande e digno de todo o lou- vor, temível sobre todos os deuses (Sal 95, 4).

Dai ao Senhor, ó família das gentes, dai ao Senhor honra e glória, dai ao Senhor a glória devida ao seu nome (Sal 95, 7-8).

Oferecei-lhe o vosso corpo para levar a sua santa cruz e segui até ao fim os seus mandamentos santíssimos  (Rom 12, 1; Lc 14, 27; 1 Ped 2, 21).

São Francisco de Assis (Ofício da Paixão - Salmo 15)

Note-se que este salmo se diz desde o Natal do Senhor até à oitava da Epifania, a todas as Horas.

Outros Textos


São Francisco dedicava um amor indizível à Mãe de Jesus, por ter sido ela que nos deu por irmão o Senhor da majestade, e por meio dela termos alcançado misericórdia (1 Ped 2,10).

São Boaventura - Legenda Maior (LM 9,2)

E do mesmo modo todos os irmãos jejuem desde a festa de Todos os Santos até ao Natal do Senhor, e desde a Epifania, que foi quando nosso Senhor começou o seu jejum, até à Páscoa.

São Francisco de Assis (1ª Regra 3,11; 2ª Regra 3,5)

O Pai altíssimo, pelo seu arcanjo São Gabriel, anunciou à santa e gloriosa Virgem Maria (Lc 1, 31), que esse Verbo do mesmo Pai, tão digno, tão santo e glorioso, ia descer do céu, a tomar a carne verdadeira da nossa humana fragilidade em nossas entranhas. E sendo Ele mais rico do que tudo (2 Cor 8, 9), quis, no entanto, com sua Mãe bem-aventurada, escolher vida de pobreza.

São Francisco de Assis (2ª Carta a todos os Fiéis 4-5)

E te rendemos graças porque, como por teu Filho nos criaste, assim também pela verdadeira e santa caridade com que nos amaste (Jo 17, 26), fizeste que Ele, o teu Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nascesse da gloriosa sempre Virgem a beatíssima santa Maria, e pela sua cruz e sangue e morte quiseste resgatar-nos, a nós  que éramos cativos.

 

São Francisco de Assis (1ª Regra 23,3)

Salvè, Senhora santa Rainha, santa Mãe de Deus,

Maria, virgem convertida em templo,

e eleita pelo santíssimo Pai do céu,

consagrada por Ele com o seu santíssimo amado Filho

e o Espírito Santo Paráclito;

que teve e tem toda a plenitude da graça e todo o bem!

Salvè, palácio de Deus!

Salvè, tabernáculo de Deus!

Salvè, casa de Deus!

Salvè, vestidura de Deus!

Salvè, mãe de Deus!

E vós, todas as santas virtudes,

que  pela graça e iluminação do Espírito Santo

sois infundidas no coração dos fiéis,

para, de infiéis que somos, nos tornardes fiéis a Deus.

São Francisco de Assis (Saudação à Virgem Maria)

 

 

 

 

 

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