sábado, 8 de outubro de 2011

VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

1. Vida de São Francisco de Assis

O capítulo sobre a história de São Francisco nunca poderá se considerar concluído mesmo se os escritos dos primeiros biógrafos adundam de detalhes e mesmo se com o passar do tempo enriqueceu-se enormemente o leque de considerações e de hipóteses sobre o seu pensamento. A cada ano os mais conceituados estudiosos, sob a égide da Societá Internazionale di Studi Francescani 9Sociedade Internacional de Estudos Franciscanos), se atualizam sobre a situação, frequentemente com novas teorias que não se referem somente à vida terrena do Santo, mas também e principalmente explicam os movimentos que se desenvolveram a partir de sua pessoa. Configura-se um quadro cada vez mais rico de implicações , mas nunca a tal ponto complexo para que se possa considera-lo esgotado. O pensamento de Francisco, revolucionário na época, encontra hoje ainda maior atualização de espiritualidade e de unidade. Basta pensar que somente alguns anos atrás João Paulo II teve êxito na árdua empresa de concentrar em Assis os líderes religiosos de todas as partes do mundo para junto encontrarem objetivos comuns a serem alcançados. E isso só era possível sob o signo de Francisco. Este episódio nos permite compreender que impacto forte sua figura tem sobre a humanidade
Todavia, nos primeiros anos de sua existência Francisco viveu experiências iguais a seus coetâneos, dividindo com eles incertezas e entusiasmo, errando frequentemente, juntando-se a grupos despreocupados com o único objetivos de tomar agradável o próprio quotidiano.
Nasceu no frio inverno de 1182 de uma família de Assis. De Pietro de Bernardone, mercante de tecidos e de Dona Pica. Veio à luz enquanto seu pai estava voltando de uma longa viagem da Porvença. Sua mãe já havia escolhido o nome João para o recém nascido, mas o pai logo quis muda-lo para Francisco. Transcorreu a infância entre mil atenções, como se sua mãe tivesse tido a intuição de poupar a Francisco qualquer perigo e prepara-lo para a importante tarefa que, mais cedo ou mais tarde, ele teria enfrentado. Estudou o latim, o provençal, o vulgar, a matemática (o pai queria que se tornasse um bom contável para trabalhar no comércio), a música e o canto. Assim sua juventude transcoria entre o estudo, a colaboração com o pai, e a “alegre companhia” dos amigos, os jovens que se reuniam à noite para se divertirem.. Foi até mesmo coroado rei dos banquetes e dos bailes pois conseguia, com seu modo de ser, transmitir aquela alegria que sempre acompanha os grupos de jovens. Entre tanta leviandade não faltaram desagradáveis episódios de intolerância . Provavelmente foram exatamente esses momentos de aversão, que mal combinavam com a séria educação que havia recebido de seus pais, a faze-lo refletir cada vez mais. Quando um mendigo bateu à sua porta para pedir esmolas, o jovem o expulsou, mas imediatamente correu-lhe atrás pedindo-lhe perdão e pondo em suas mãos um bolsa cheia de moedas.
Quando Assis declarou guerra a Perrugia, foi entre os primeiros a alistar-se, mas suas batalhas duraram pouco pois foi capturado e trancado nas prisões dos inimigos. Ficou prisioneiro duante cerca de um ano: mesmo se corroído pela saudade conseguiu manter a alegria e infundir tranqüilidade aos seus companheiros. Voltou para casa doente: uma longa convalescência que se transformou num indispensável momento de reflexão. Sua tendência belicosa ainda não se havia esgotado: partiu com alguns companheiros para uma empresa militar, mas durante uma para noturna nas proximidades de Spoleto as palavras do Senhor o induziram a desistir. De volta a Assis sentiu uma grande necessidade de doar seus bens para os pobres, com grande contrariedade de seu pai. Diante de um leproso ao invés de fugir, aproximou-se e beijou-o. Este episódio deve ser incluído entre as etapas importantes de uamconversão que estava prestes a explodir. Essa sua atitude criou incredulidade entre os habitantes de Assis, mas principalmente em seu pai que não conseguia aceitar as mudanças do filho, não queria perde-lo tão “miseravelmente”. Entre meditação e solidão transcorria os dias nos arredores de Assis. Poucas centenas de metros fora dos muros da cidade surgia a igrejinha de São Damião, que estava em ruínas. Um antigo crucifixo transmitiu-lhe uma mensagem: “ Conserte a minha casa que está caindo em ruínas”. A frase o acompanhou para o resto da vida. Era evidente que não se referia somente às paredes estragadas do templo. Mas foi exatamente por elas que Francisco iniciou. Vendo alguns tecidos e com o arrecadado comprou os materiais para a restauração. Frente àquele “roubo” seu pai irado, na esperança de “recuperar” o jovem levou-o para junto do Bispo. Era necessário escolher entre aos bens da família ou retornar uma vida normal. Obviamente escolheu a renúncia. Só assim sua conversão podia iniciar de maneira decisiva.
Tinha mudado sua existência. E neste ínterim seus feitos ultrapassaram os confins da cidade. |Perto de Gubbio todos falavam de um mendigo que vestido de trapos tinha conseguido aplacar um lobo que até então havia espalhado pânico e morte.Mas os primeiros seguidores eram de Assis: Bernardo de Quintavalle, Pietro Cattani, Egidio e Filippo. O lugar escolhido para hospedar a comunidade edra um bosque situado na planície, há três quilômetros fora de Assis onde surgia uma igrejinha: a Porziuncula (Porciúncula). Provavelmente, foi a contínua afluência de novos companheiros que induziu Francisco a criar uma Regra que definisse os programas. A Ordem religiosa denominada dos Frades Menores, nasceu, desta forma, em 1209, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III (que anteriormente tinha tido a visão da Basílica Lateranense em ruínas e um homem, Francisco, que a sustentava). Eram os anos em que Clara de Assois muitas vezes aproximava-se ao “Poverello” (Pobrezinho). Foram contactos tão intensos que provocaram a conversão da jovem, que renunciou aos bens terrenos e fundou a ordem das “Povere Dame” (Pobres Damas), sua Irmã e a própria mãe. O futuro será rico de eventos extraordinários, gerados pelas numerosas pregações de Francisco e de seus companheiros. Neste período recebe em doação do Conde Orlando de Chuisi o Monte dela Verna. Em 1216 obtém do papa Honório III a Indulgência da Porciúncula, a mais importante da cristandade depois daquela da Terra Santa. Após tentar uma viagem ao Marrocos, que porém se concluiu na Espanha (enquanto seus irmãos andavam por toda a Europa, chegou em Acri e Damieta (1219), na corte do sultão Melekel-Kamel e, em seguida, na Palestina. Mas essas longas viagens haviam seriamente comprometido sua saúde: decidiu portanto dedicar-se às pregações em lugares menos distante. Em Fontecolombo, perto de Rieti, escreve uma nova Regra aprovada por Honório III. Em Greccio institui o Presépio, dando origem a uma das tradições mais amadas pela cristandade. Em 1224, no Monte Della Verna, recebe o maior reconhecimento do Senhor: os estigmas. Todavia Francisco não poderá mais estar materialmente presente entre as pessoas: doente, è induzido pelos confrades a retirar-se e repousar. Santa Clara e suas irmãs o tratam em São Damião e é neste período que ele dita o Cândico das Criaturas, um texto de grande lirismo de onde emergem com força os ideais franciscanos. Pode para ser levado à Porciúncula, pois percebe que será prestes a deixar a esfera terrena, e abandona-se sobre a nua e amiga terra. Era o dia 3 de outubro de 1226. Somente dois anos mais tarde Gregório IX o declara Santo.
Aquela data não conclui a presença Franciscana no mundo. Pelo contrário a mensagem torna-se cada vez mais forte com o passar dos séculos.

Frei Paulo Zanatta
Rua Coronel Salgado
Vila da Quinta
96 222 000 Rio Grande –RS
paulofz@gmail.com

Fonte de pesquisa: São Francisco de Assis
Escritos e biografia de Sção Francisco de Assis
Crônica e outros testemunhos do primediro século franciscano
Editora Vozes

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